Eu há uns tempos vi um documentário chamado "Drama in the rocks", que apresentava evidências experimentais de como se formam os estratos*, e decidi traduzi-lo de forma a que falantes de português que não percebessem inglês o pudessem ver e compreender.
Pensei em pôr a tradução no Youtube como uma contribuição da comunidade (se na altura em que terminasse, esta funcionalidade ainda estivesse disponível) ou como um comentário; mas como não me foi possível fazer qualquer uma delas, decidi apresentar todas as informações nele contidas num texto escrito por mim, com as imagens do documentário.
Aqui está a 1ª parte sobre as evidências recolhidas em trabalho de campo:
(Legenda:
Palavras/expressões a vermelho – traduções que não tenho a certeza do termo adequado)
Muita gente pensa, ou está convencida, de que a estratigrafia suporta a Teoria da Evolução pois a partir dos seus princípios* ela prova que a evolução de facto ocorreu.
Neste post irei começar por apresentar as evidências geológicas recolhidas em trabalho de campo de como se formam os estratos, depois, em posts posteriores, irei apresentar as evidências recolhidas de experiências laboratoriais, seguidas das consequências que estas acarretam e, para finalizar irei dar a minha opinião em relação a este tema.
Em primeiro lugar, irei apresentar os estudos feitos em trabalho de campo.
Johannes Volta, um dos primeiros geólogos a estudar este tema; ao fazer uma sondagem na baía de Nápoles, comparou a sequência de estratos da mesma com a sequência de estratos visíveis na horizontal, viu que eram iguais, e concluiu que os princípios da sobreposição e da continuidade lateral estão errados; pois, todos os estratos ainda se estavam todos a formar.
Fig.1 - Esquema da comparação realizada por Volta |
Outra descoberta feita fora de laboratório foi a sondagem feita por "Several Holmes" da superfície marinha do Oceano Pacífico, com o navio Global Challenger. nos anos 70/80; onde puderam constatatar que a lei de Volta era tão aplicável a sedimentos costeiros, como a sedimentos do fundo do mar, pois os estratos marinhos nunca chegaram a endurecer, na verdade, o endurecimento dos sedimentos só começava a 300m abaixo do leito marinho. A única exceção conhecida é o caso dos sedimentos de sílex e, mesmo esses só começam a endurecer a 100m abaixo do fundo do mar.
Fig.2 - profundidades a que o endurecimento dos sedimentos começa a aparecer. |
A erupção do vulcão do Monte Santa Helena em 1980. Esta, ao devastar uma vasta floresta próxima, provocou um grande maremoto num lago local, o que fez com que, em poucas horas, se formassem 600pés (aprox. 183m) de sedimentos, que secaram e formaram rochas estratificadas.
Fig. 3 - Foto das rochas formadas como consequência da erupção |
Para além disso, a explosão também fez com que grandes quantidades de lama corressem pelas rochas adjacentes e formassem um desfiladeiro com mais de 100 pés (aprox. 30m) de profundidade e 200 pés (aprox. 60m) de largura.
Fig. 4 - Foto do desfiladeiro formado como consequência da erupção |
E esta foi a primeira parte deste texto.
Até ao próximo post.
Notas:
*O Princípio da sobreposição diz que os estratos do topo são os mais recentes de todos, ou seja, os estratos mais antigos estão depositados nas partes mais baixas e os mais recentes no topo.
O Princípio da horizontalidade. Nele os estratos são, em regra, expostos em camadas horizontais (planas).
O Princípio da continuidade lateral. Nele um estrato tem sempre a mesma idade ao longo de toda a sua extensão independentemente da ocorrência da variação horizontal de fáceis. Uma camada limitada por um muro e por um tecto e definida por uma certa fáceis tem a mesma idade ao longo de toda a sua extensão lateral.
O Princípio da Identidade Paleontológica diz que estratos com o mesmo conteúdo fossilífero têm a mesma idade.
(Não os pus a todos pois estes são os relevantes para o tema tratado no documentário.)
Fontes do texto:
https://paleontologiaeevolucao.blogs.sapo.pt/principios-de-estratigrafia-1042
https://www.dailymotion.com/video/x28bdny -
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